sexta-feira, 25 de abril de 2008

Juiz solta hackers, mas exige que leiam obras clássicas

Para conceder a liberdade provisória a três jovens detidos sob a acusação de praticar crimes pela internet, um juiz federal do Rio Grande do Norte determinou uma condição inédita: que os rapazes leiam e resumam, a cada três meses, dois clássicos da literatura.

As primeiras obras escolhidas pelo juiz Mário Jambo, 49, foram "A hora e a vez de Augusto Matraga", conto de Guimarães Rosa (1908-1967), e "Vidas Secas", de Graciliano Ramos (1892-1953).

Os acusados com idades entre os 22 e os 30 anos de idade,foram liberados no dia 17, após nove meses presos por envolvimento numa quadrilha que roubava password's bancárias pela internet.

Ao conceder a liberdade provisória aos três jovens, o juiz elaborou uma lista de 12 condições, como não frequentar casas de prostituição, lan houses e salas de chat. Este magistrado que exerce há três anos, disse "a Justiça precisa sair da "mesmice"".

Há três condicionantes relacionadas com a educação dos acusados: frequentar instituição de ensino, comprovar presença e aproveitamento nas aulas, ler e resumir os textos indicados.

Os três rapazes aceitaram as condições e já estão soltos. Como os jovens são peritos em internet, o magistrado determinou que os relatórios sobre as obras deverão ser feitos pelos jovens de próprio punho.

Sobre a escolha das obras de Ramos e Rosa, o juiz destacou o caráter educativo. "Nada como ler um "Vidas Secas" para perceber o que é vida dura, o que é necessidade de dinheiro."

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