sábado, 22 de março de 2008

Shoah (a vergonha)



Angela Merkel dirigiu-se aos deputados israelitas em hebraico, com a tradicional saudação "Shalom". (paz)
A chanceler Angela Merkel dirigiu-se, hoje, em hebraico e em alemão ao parlamento israelita, em Jerusalém, uma intervenção sem precedente para um chefe de Governo alemão e um gesto altamente simbólico mais de 60 anos depois do genocídio nazi.

"Agradeço-vos terem-me dado a honra de me dirigir ao Knesset. É uma grande honra para mim", declarou Merkel em hebraico perante os deputados israelitas que a aplaudiram calorosamente. Pouco antes, tinham-se ouvido os hinos dos dois países e sido hasteada a bandeira alemã. Uma dezena de deputados - dos 120 do Knesset - não compareceu em sinal de protesto pelo uso da língua alemã num país marcado pelo Holocausto, ou Shoah (morte de seis milhões de judeus), na II Guerra Mundial. O deputado de extrema-direita Arieh Eldad recordou a propósito que a língua falada pelos seus avós e tios - desaparecidos nos campos de concentração - era o alemão. Ciente do problema, Merkel declarou que "a Shoah enche os alemães de vergonha". "Por isso, inclino-me perante tantas vítimas, os sobreviventes e quem os ajudou até ao presente", disse em tom muito grave.(D.N.)

Provavelmente esta noticia passou ao lado de muito gente. Não posso deixar de a colocar aqui. É de uma simbologia profunda, e de uma coragem pessoal e politica muito grande. A vergonha, assumida publicamente. A afirmação, e não a desculpa fácil. Se calhar não é por acaso que a revista Forbes, num estudo publicado em 2007, afirma que "Angela Merkel segue impressionando o mundo com sua liderança tranquila", e por isso é a mulher mais poderosa do mundo, estando mesmo á frente de Condoleezza Rice secretária de Estado norte-americana.

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